Gravidez na Adolescência



Uma menina ao chegar à puberdade, não apresenta um aparelho reprodutor preparado para o desenvolvimento de um embrião e futuramente de um bebê, podendo ter como conseqüências complicações durante a gravidez ou no parto.Quanto à formação psicológica ainda é algo que deve ser trabalhado e amadurecido, para que a futura mãe possa dar as melhores condições possíveis ao seu filho. A adolescência é uma fase de transição em que há muitas escolhas. Então, assumir uma responsabilidade tão grande, como a geração de um ser, é uma decisão que deve ser tomada com bastante cuidado e com apoio dos familiares para que esta relação não se torne conflituosa.




Texto de Andressa Cunha

• Como acontece a Gravidez

Após a 1ª menstruação, (menarca), a adolescente já pode engravidar. Para ocorrer uma gravidez, é preciso ter relações sexuais durante o período fértil, tempo em que o óvulo sai do ovário e vai para a trompa.

Se acontecer a fecundação, encontro do óvulo com o espermatozóide, depois de uma semana o ovo (óvulo + espermatozóide) prende-se na parede do útero para começar o desenvolvimento da gravidez.
É a partir desse momento que a mulher começa a ter os primeiros sinais da gravidez: ausência da menstruação, enjôos, sensibilidade nos seios, mudança de humor e outros. O bebê começa a se desenvolver dentro do útero da mãe.






Componentes :

Alessandra Souza
Aline Diniz
Amanda Pitta
Andressa Cunha
Bruna Rodrigues
Daniele Ellen
Jade Falcão
Laniyan Gomes
Thaíse Cristina

O que explica a gravidez precoce ?

Existe uma série de fatores que poderiam contribuir para o aumento da incidência de gestantes adolescentes. O baixo nível socioeconômico é um deles porque, às vezes, como já foi dito, a gravidez representa oportunidade de ascensão social. Além disso, a baixa escolaridade também pesa nesse contexto. Metade das adolescentes que são atendidas nos hospitais já tinham interrompido os estudos antes de engravidar.
Notamos nessas adolescentes grávidas certa dificuldade de relacionamento com os pais.
Do ponto de vista biológico, alguns autores destacam como fator importante a menarca, ou seja, a primeira menstruação que vem ocorrendo cada vez mais precocemente, graças talvez à melhora da alimentação ou à interferência do clima. No início do século, na Europa desenvolvida, as meninas menstruavam em média aos 17 anos. Hoje, a média é 12 anos e vem baixando sistematicamente o que poderia estar relacionado com o início precoce da atividade sexual. No entanto, se fizermos uma retrospectiva histórica, veremos que a gravidez na adolescência não é novidade. Existe há muito tempo.

Classe social faz diferença ?

Sabemos que no Brasil o número de partos em adolescentes abaixo dos 20 anos gira em torno de 700.000 por ano o que representa uma parcela significativa da população nessa faixa etária.
Tanto engravidam as adolescentes de classe social mais baixa, quanto as de classe mais alta só que o enfrentamento da situação é diferente. No que se refere às jovens de classe social mais favorecida, infelizmente, há poucos trabalhos sobre o assunto porque é difícil levantar dados nos consultórios particulares que, em geral, elas freqüentam.
No Hospital das Clínicas, as adolescentes foram questionadas a respeito de se pensaram ou não em fazer um aborto e constataram-se que apenas 22% das grávidas cogitaram interromper a gravidez e dessas, somente 5% efetivamente fizeram alguma coisa nesse sentido, tomaram um chá, por exemplo, imaginando que produzisse efeito abortivo.
Aproximadamente 25% de nossas adolescentes planejaram a gestação e muitas abandonaram o método contraceptivo que usavam com o intuito declarado de engravidar.

Qual o impacto ?

Isso, em grande parte dos casos, provoca maior dependência da família e interrompe o processo de separação com os pais e destes com a adolescente. Não sabendo exatamente quem é, se adolescente ou mãe,a menina adota uma postura infantilizada que atrapalha seu caminho para a profissionalização. Sabemos que posteriormente essas jovens podem voltar a estudar ou começam a trabalhar, mas em geral ocupam posições piores do que aquelas que não tiveram filhos nessa idade. Refletem-se também no campo social.

Como se comportam os companheiros?


O que percebemos é que os meninos muitas vezes gostam da gravidez de suas companheiras porque isso representa uma maneira de firmar a própria masculinidade. Eles também estão atravessando uma fase de transição, de busca da identidade e, de uma forma ou outra, a gravidez da companheira é prova de que são realmente homens.
Por outro lado, o adolescente vê na gravidez da garota uma maneira de perpetuar a família. Engraçado: o menino se preocupa com isso e soma a essa idéia de continuidade da família a sensação de estar criando algo próprio, que é dele . Então, na maioria das vezes, eles acabam assumindo essas gestações. Assumir não significa morar junto na mesma casa, embora isso possa acontecer. Não são raros os casos de adolescentes que acabam se unindo ao companheiro durante o pré-natal. Não se casam necessariamente no papel, mas mudam o estado matrimonial e passam a constituir uma família.

Como reagem os familiares ?

É sempre um choque. Pai e mãe consideram a filha ainda uma menina que há pouco tempo deixou de brincar de bonecas e também estão aprendendo a lidar com sua adolescência, mas acima de tudo são pais e acabam aceitando o fato. Parece que as mães têm mais facilidade para enfrentar a situação talvez porque muitas também tenham engravidado adolescentes. Na verdade, mais ou menos metade das mães passou por essa experiência o que torna o problema menos complicado para as filhas: “Minha mãe tinha 13 ou 14 anos quando eu nasci, por isso não vai poder falar nada”. Para o pai o choque é maior, mas ele também acaba se habituando com a idéia.

• “Ah, se meu pai souber, ele me mata”.
Nunca mata. Do ponto de vista psicológico, geralmente elas têm um relacionamento um pouco mais distante com o pai. Metade das adolescentes se refere a um conflito maior com o pai do que com a mãe. Alguns pais podem ser mais radicais e eventualmente ameaçam expulsá-las de casa, o que às vezes acontece e elas vão viver com outros parentes. O que se percebe, porém, é que depois que a criança nasce, eles mudam de comportamento.

Quais as causas da gravidez precoce ?


• Ausência de diálogo com os pais sobre vida sexual.
• Início precoce das atividades sexuais, por influência da mídia e do grupo de amigos.
• Confusão entre amor e sexualidade por parte de ambos os parceiros.
• Falta de informações sobre reprodução.
• Falta de informações sobre métodos anticoncepcionais.
• Resistência ao uso de preservativos.
• Necessidade de auto-afirmação.
• Rebeldia contra a família.
• Falta de perspectivas pessoais e profissionais.
• Ilusão de que por ser muito jovem ainda (imagem não perdida do "corpo de criança") não é possível a gravidez.

Quais as consequências da gravidez precoce ?

* Ansiedade da menina no período que antecede a confirmação da gravidez, pois começa a se dar conta de que vai enfrentar sérios problemas.
* Medo de contar aos pais, o que leva, muitas vezes, a um período longo de mentiras e estresse.
* Turbulências na relação com o namorado, que, pego de surpresa, não sabe como agir.
* Interrupção dos estudos e adiamento dos projetos de vida.
* Instabilidade psicológica e insegurança.
* Afastamento de algumas amizades.
* Adiamento da oportunidade de arrumar um emprego.
* Insegurança financeira e temor do futuro.
* Modificação do quadro familiar, pelo acréscimo de novas responsabilidades.

Além das conseqüências psicológicas e sociais, a gravidez precoce, traz um risco tanto para a vida da mãe quanto para a do bebê. O parto é mais complicado e, em geral, o recém-nascido de uma adolescente tem peso abaixo do normal, requerendo cuidados médicos especiais.
A conseqüência mais grave da gravidez precoce, especialmente entre meninas pobres, é a prática do aborto clandestino. Segundo a Organização Mundial da Saúde, dos 4 milhões de abortos praticados no Brasil, anualmente, 1 milhão ocorre entre adolescentes, das quais 20% morrem. O primitivismo com que são realizados é responsável por infecções graves e esterilidade de muitas mulheres.

Quem cuida do bebê ?


É complicada a situação. É preciso lembrar que essas jovens mães estão atravessando uma fase de transição, estão aprendendo a ser adultas e mães ao mesmo tempo, mas continuam ainda um pouco crianças. O que se pode constatar é que cerca de 60%, quando retornam um mês depois do parto para a consulta, dizem não estar amamentando os bebês exclusivamente com leite materno. O ideal seria que 100% delas o fizessem, pois, do ponto de vista psicológico, amamentar intensifica o relacionamento mãe/filho, ajuda no desenvolvimento e previne doenças do bebê.
Além disso, há o detalhe da avó, mãe da adolescente, que também está aprendendo a lidar com novos papéis: sua filha é mãe e ela, avó. Às vezes, porém, essas avós acabam atrapalhando ao assumir o papel das mães e, por isso talvez tenha aumentado o índice de reincidência de gravidez na adolescência. A menina engravida de novo porque considera fácil cuidar de um bebê, o que está longe de ser verdade. Só é fácil se alguém o fizer por ela. A mãe adolescente que tem sob sua responsabilidade cuidar da criança, no momento em que for rever os planos para o futuro (se existem obstáculos sem filhos, imagine com eles), vai pensar duas vezes antes de engravidar de novo.


Dra. Adriana Lippi Waissman é médica obstetra do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, especializada em gravidez na adolescência.

Falta de Informação ?


Todas sabem que se tiverem uma relação sexual sem os cuidados necessários, podem engravidar. Dados indicam que 92% delas conhecem pelo menos um método contraceptivo, pelo menos a camisinha elas conhecem.
O problema se encontra na distribuição desses contraceptivos, que muitas pessoas deixam de utilizá-los por falta de dinheiro.O governo disponibiliza estes em postos de saúde,mas ainda em número insuficiente e além disso a depender da localidade desses postos.Portanto, não é a desinformação que leva à gravidez na adolescência.

Sou filha ou sou mãe?

“Brincadeira de criança
Como é bom, como é bom
Guardo ainda na lembrança
Como é bom, como é bom
Paz, amor e esperança
Como é bom, como é bom”.

Banda Molejo – Brincadeira de Criança

Uma lembrança não muito longe, uma lembrança de pouquíssimos tempos atrás, nos casos de gravidez precoce. Algumas meninas engravidam na idade em que outras ainda brincam com bonecas.
Essa é a nossa realidade. Acabou aquele tempo em que as meninas de 10 aos 14 ainda brincavam de amarelinha,boneca,elástico,pega – pega,esconde – esconde , entre outras brincadeiras.Essas garotas, que deixaram a sua infância, muitas por “vergonha” de mostrarem que ainda são crianças, resolvem “brincar” de mamãe e papai ,casinha e mãe e filha. Pena que não é brincadeira, e sim a realidade de uma grande porcentagem das meninas de hoje.


Texto de Amanda Pitta

Soluções/Ajuda



Os programas de educação sexual transmitidos pelas escolas vêm cumprindo papel fundamental, já que permitem o diálogo e a circulação de informações sobre a sexualidade. Os meios de comunicação e as campanhas publicitárias também têm abordado com freqüência esse assunto, particularmente visando a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS.
É função dos serviços de saúde implantar programas especiais à disposição dos jovens, para informá-los e cuidar deles, se necessário. Os adolescentes não precisam sentir vergonha. Além de ser um direito, os profissionais de saúde têm prazer em recebê-los e, através dos serviços oferecidos, possibilitar-lhes informação a respeito dos vários métodos anticoncepcionais existentes. É bom lembrar que, desde a primeira relação, será necessário se proteger. Quem transa sem os cuidados devidos, pode engravidar.
Mas, atenção: dar apenas informações técnicas aos jovens não basta. É muito importante que também sejam orientados em casa, na família. É essencial que possam fazer perguntas, conversar com amigos e parentes mais velhos e se aconselhar quanto à escolha do melhor método anticonceptivo. O importante é que falem e sejam ouvidos. Esse canal de comunicação precisa ser criado e mantido, tanto com a filha, desde sua primeira menstruação, quanto com o filho.
A superação das dificuldades de comunicação e diálogo entre os pais e os filhos pode ajudar em muito a diminuir a ocorrência da gravidez indesejada entre adolescentes. Os pais precisam esforçar-se para deixar de lado o medo de ser taxados como caretas, autoritários, ou de serem acusados de estar invadindo a vida pessoal de seus filhos. Conversando e orientando-os não apenas sobre reprodução e sexualidade humana mas também sobre valores como afeto, amizade, amor, intimidade e respeito ao corpo e à vida, permitirão que se sintam mais preparados para assumir as alegrias e responsabilidades inerentes à vida sexual.



Fique Ligado !


Onde encontrar ajuda em Salvador :

• Centro de Referência do Adolescente Isabel Souto - CRADIS

Por que um Centro de Referência para o Adolescente?

O Centro de Referência do Adolescente nasceu da necessidade de se criar um espaço para que os jovens, sua família e a comunidade possam buscar respostas para as suas dúvidas, obtendo informações quanto a prevenção das situações de risco a que estão expostos como: GRAVIDEZ PRECOCE, DST/AIDS, DROGAS, DIFICULDADE NO RELACIONAMENTO FAMILIAR E SOCIAL, VIOLÊNCIA, MAUS TRATOS, ABUSO, ETC.

Qual é o Objetivo do Centro?

Garantir a política de saúde integral do adolescente e jovem no Estado da Bahia, com base na política Nacional, através de ações preventiva de saúde, coordenando, supervisionando e sobretudo priorizando atividades docente-assistenciais, dando acessibilidade ao usuário, contribuindo para as práticas de um protagonismo juvenil em sua plenitude, possibilitando uma melhoria da qualidade de vida do Cidadão

A Quem se Destina o Centro?


Este centro está aberto a todos os jovens, de todas as classes sociais, na faixa etária de 10 a 24 anos e também a seus familiares, profissionais das áreas de saúde, educação, ação social, trabalho, justiça, esporte, lazer e outras afins.

O Que se Faz no Centro?


O centro desenvolve atividades de sensibilização e capacitação de profissionais e de Adolescentes Multiplicadores nas ações de Educação para a Saúde objetivando a especialização e diferenciação no atendimento a essa faixa etária ( 10 a 24 anos ), além de promover e estimular estudo e pesquisas, implantação, acompanhamento e avaliação do programa de Atenção à Saúde do Adolescente ( PROSAD ) na Rede do SUS.

Como é o Trabalho ?
* Prestando atendimento individual e em grupo ao adolescente;
* Atendendo as famílias dos jovens;
* Promovendo oficinas de sensibilização e práticas educativas com ênfase na Auto-Estima X Projeto de Vida, protagonismo juvenil.
* Desenvolvendo trabalhos comunitários buscando o perfil epidemiológico de cada comunidade e atuando na prevenção dos agravos.

Quem é a Equipe?

É composta por profissionais sensíveis e capacitados, dispostos a informar, orientar, esclarecendo dúvidas, e atuando como facilitadores em todas as ações.

Assistente Social

Psicólogo

Terapeuta de Família

Terapeuta Ocupacional

Sócio-Terapeuta Ramain Thiers

Médico Sanitarista

Enfermeira

Estatístico

Hebeatra ( Profissional especializado em adolescência )

Pedagogo

Educador Artístico

Técnico de Comunicação e Educação em Saúde.


Endereço: Avenida Oceânica, nº4000, Praia da Paciência - Rio Vermelho.
CEP.: 41.950-000 Salvador-Bahia
Telefone: (71) 3117-6728 / 3117-6730
Fax: (71) 3332-1423
Disque Adolescente: 0800-71-3535
E-mail: sesab.cradis@saude.ba.gov.br

Extraído do site da SESAB-BA



• MATERNIDADE IPERBA - INSTITUTO DE PERINATOLOGIA DA BAHIA

A Maternidade do Iperba é especializada no atendimento em ginecologia/obstetrícia e neonatologia e referência para atendimento à gestante de risco principalmente a adolescentes. A maternidade realiza, em média, 800 atendimentos e 500 partos por mês, e vem investindo cada vez mais na humanização da assistência. A partir dessa iniciativa, a unidade vem garantindo apoio psicológico às mães.

Onde fica?
Rua Teixeira Barros, n° 72.

Maiores informações: 3453-6400; 3453-6403 e 3453-6404.

Extras




Erica Conceição Santos, 23 anos, grávida pela primeira vez aos 15 anos, pela segunda aos 17 e pela terceira vez aos 19 anos.
Atualmente, depois de ter perdido todo o tempo da sua adolescência - uma fase de “coisas novas”, em que muitos jovens aproveitam para ir a festas, shows – ela cuida dos seus filhos. Esse é só mais um exemplo de muitas meninas de hoje que estão começando a sua vida sexual muito cedo, alguns casos por influência da mídia ou até mesmo do companheiro.
Só depois de estarem grávidas, as meninas começam a refletir e ver o problema que causaram, ver que vão perder sua adolescência cuidando de um filho, enxergam o que é, realmente, uma responsabilidade e não só com medo disso tudo, medo também de seus pais, medo de sua família e do que seu companheiro - o que será que ele vai achar? Será que ele irá aceitar ? - Pois,assim como no caso de Erica, o seu companheiro não aceitou a paternidade de primeira, alegando que era muito cedo para se tornar pai.
Então, meninas, ao invés de refletir depois de ir para a cama com alguém,comecem a refletir antes. Não troque sua noite perdida em uma festa por uma noite perdida cuidando de um filho.
Previnam – se


Texto de Amanda Pitta

Extras




“MENINAS” - Documentário

As protagonistas são quatro adolescentes grávidas e de baixa renda. Moradora da Rocinha, Evelin, de 13 anos, engravidou de um namorado de 22, que acabou de sair do tráfico de drogas. Luana, 15 anos, garante que sua gravidez “foi planejada” — para aflição de sua mãe, uma faxineira que ainda tem de criar uma outra filha de cinco anos.

O caso mais impressionante é o de Edilene, 14 anos, e Joice, 15, que engravidaram praticamente ao mesmo tempo do mesmo rapaz, Alex, um ajudante de marceneiro que agora se esforça para atender a duas famílias, além de tentar prover a própria sobrevivência.

“Meninas” vai muito além de uma simples investigação sobre a gravidez precoce, um problema crucial no Brasil, onde uma em cada cinco gestantes é adolescente.

Fica muito claro nas entrevistas que, mesmo não tendo total consciência das implicações da maternidade, não faltam às garotas informações sobre sexo e concepção. Ou seja, havia a possibilidade de evitar a gravidez, mas isso não foi encarado com seriedade. Para algumas meninas, ser mãe representa afirmação e chegada à vida adulta.

Em nenhum momento “Meninas” se propõe a fazer um julgamento de seus personagens, ou qualquer discurso moralista. Contando com depoimentos muito bons, tanto das garotas, quanto de suas mães, consegue-se identificar, porém, a falta de sonhos pessoais e profissionais dessas jovens de baixa renda.

Por isso, o filme torna-se um retrato preocupante de uma juventude pobre e sem perspectivas, que eterniza de pai para filho um assustador ciclo de pobreza. Os problemas sociais, como a baixa escolarização e profissionalização, não raro funcionam como caldo para a criminalidade, como o sempre presente tráfico de drogas nos morros cariocas.

Abordagem do tema na mídia


Cenas da novela Malhação,em que uma adolescente de 17 anos fica grávida,mostrando dificuldades em que a garota passa ao descobrir a gravidez.